Gerir o Risco no PMBOK

Risco e incerteza são fatores integrantes de qualquer projeto. Só um gestor de projeto inconsciente não reconhece essa inevitabilidade e não se prepara para a enfrentar. Proceder à James Bond “Chegar, Partir tudo, e Ficar com a mulher bonita” pode ser interessante em filmes, desafiante e até praticável em alguns projetos simples e de pequena dimensão, mas é o caminho para o desastre se aplicado a projetos complexos ou de grande dimensão.


Como o seu próprio nome indica, a gestão do risco preocupa-se em identificar e gerir os riscos que possam ter um impacto – positivo ou negativo – no decorrer do projeto.

Sem o adequado planeamento e gestão de risco a sua gestão será quanto muito reativa e o seu projeto assemelhar-se-á a um daqueles carrinhos telecomandados que oferecemos aos nossos filhos e que o trajeto é determinado pela sucessão de choques nos obstáculos que se lhes deparam.

Podemos definir incerteza como a ausência de informação, conhecimento, ou compreensão em relação ao resultado de uma determinada ação, decisão ou evento. Sendo um reflexo da incerteza, o risco pode ser visto como uma forma de medir a incerteza estando diretamente relacionado com o grau de certeza que conseguimos obter em relação à previsão das ações e decisões efetuadas no decorrer do projeto.

O efeito dos riscos podem ser positivos ou negativos. Os efeitos positivos do risco são frequentemente definidos como oportunidades, sendo os efeitos negativos conhecidos por ameaças.

Quanto maior for o conhecimento, face ao conjunto de variáveis determinantes para o sucesso do projeto, menor será o risco do projeto.

No PMBOK 4 a área de conhecimento Gerir o Risco do Projeto contem 6 processos (5 dos quais incluídos na fase de planeamento do projeto e um na fase de monitorização e controlo) sendo, em conjunto com a gestão da integração e com a gestão do tempo, a área de conhecimento que mais processos possui.

Para além disso a área de conhecimento Gerir o Risco do Projeto é das 9 áreas de conhecimento reconhecidas no PMBOK 4 a que tem mais processos na fase de planeamento do projeto (5 dos 20 processos incluídos nesta fase do projeto).

Estes fatos aos quais se junta a criação recente de uma certificação específica para a gestão do risco dos projetos atestam a importância da gestão de risco no contexto da metodologia de gestão de riscos do PMI.

Apresentamos a seguir uma breve descrição de cada um dos processos incluídos na área de conhecimento Gerir o Risco do Projeto:

11.1 Planear a Gestão dos Riscos – É o processo de definição de como conduzir as atividades de gestão dos riscos do projeto. O planeamento do processo de gestão do risco é importante para garantir que o grau, tipo e visibilidade da gestão dos riscos é efetuado de forma proporcional ao nível de risco e à importância que o projeto tem para a organização.

Este processo deve iniciar durante a fase de conceção do projeto de forma a estar concluída durante a fase inicial do planeamento.

11.2 Identificar os Riscos do Projeto – Consiste na identificação específica das incertezas que podem afetar o projeto e na determinação e documentação das caraterísticas que lhes estão associadas.

11.3 Realizar Análise Qualitativa dos Riscos – Consiste no cálculo da dimensão da ameaça ou oportunidade. É o processo de recolha de informação sobre os resultados possíveis para cada uma das incertezas identificadas no processo anterior de forma a proceder à prioritização dos riscos para análise ou ação adicional através da avaliação e combinação de sua probabilidade de ocorrência e impacto.

11.4 Realizar Análise Quantitativa dos Riscos – O processo de analisar numericamente o efeito dos riscos identificados, nos objetivos gerais do projeto.

11.5 Planear as Respostas aos Riscos – O processo de desenvolvimento de opções e ações para aumentar as oportunidades e reduzir as ameaças aos objetivos do projeto.
11.6 Monitorizar e Controlar os Riscos – É o processo de implementação de planos de respostas aos riscos, acompanhamento dos riscos identificados, monitorização dos riscos residuais, identificação de novos riscos e avaliação da eficácia dos processos de tratamento dos riscos durante o decorrer do projeto.

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